Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

Tamanho da fonte: 
A COSTURA DAS PARTES: VICTOR FRANKENSTEIN, NA LITERATURA E NA TELEVISÃO
Maria Elisa Rodrigues Moreira

Última alteração: 2019-07-24

Resumo


Com tom sombrio, mesclando o terror e o sobrenatural, a série Penny Dreadful (Showtime, 2014-2016) tem como eixo narrativo central a busca de Sir Malcom Murray por sua filha, sequestrada por criaturas macabras, para o que conta com o auxílio de várias personagens, dentre as quais destaca-se a protagonista da trama, sua assistente Vanessa Ives, uma jovem misteriosa e atormentada. A série é um dos exemplos do processo de complexificação narrativa que marca parte das produções televisivas contemporâneas, o qual tem como uma de suas principais características a proposição de um diálogo aprofundado com outras mídias e manifestações artísticas, como refletem Mario Carlón (2006), Jason Mittell (2012, 2015), Alejandro Totaro (2014) e Rodrigo Seabra (2016). Em Penny Dreadful, a relação com a literatura e o cinema evidencia-se tanto no enredo povoado por personagens clássicos das narrativas inglesas do século XIX Dorian Gray, Mina, Van Helsing, Dr. Jekyll quanto no apuro estético que conduz sua produção visual, tradicionalmente mais associado ao cinema do que à televisão. Nessa perspectiva, minha proposta nesta comunicação é investigar as estratégias narrativas de que a série se vale na construção de um de seus personagens centrais, o Dr. Victor Frankenstein, buscando, a partir dele, estabelecer alguns diálogos entre Penny Dreadful e o livro Frankenstein, de Mary Shelley. Para tanto, recorro também a estudos teóricos relacionados à intermidialidade (CLÜVER, 1997, 2006; DINIZ, 2012), à linguagem cinematográfica (BAZIN, 2014; JULLIER, MARIE, 2012) e à teoria literária, em especial aqueles que abordam a questão da personagem (ECO, 1994, 2013; REIS, 2017; CANDIDO, 1970).

Texto completo: PDF