Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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A MULHER BATISTA COMO SUJEITO COLONIZADO A PARTIR DOS O JORNAL BATISTA POSSIBILIDADE DE FONTE
Marcela Prenda Teixeira

Última alteração: 2019-07-24

Resumo


O Jornal Batista, um dos primeiros periódicos protestantes do Brasil, fundadoem 1901 e ainda em circulação, possui uma considerável viabilidade no que diz respeito aouso de seus textos no entrecruzamento entre os Estudos de Gênero e a História das Religiões.Isso, pois, segundo a pesquisa de mestrado em andamento, a qual este resumo se resulta, osdiscursos foram analisados partindo do pressuposto de que o texto institucional sagrado sejaautossuficiente, pois restringe e transforma as percepções de mundo, as opiniões políticas eculturais, delineia objetivos de vida de acordo com a condição e corpo de seus leitores, mas,principalmente, é tratado e age como propagador da verdade (única e absoluta), superando astemáticas estritamente religiosas nos seus pronunciamentos. O teórico francês MichelFoucault (1996) também nos auxilia quando escreve sobre o discurso e sua alienação pelalegitimidade, visto que é por meio dele que as verdades se materializam e são verbalizadas eas doutrinas são difundidas. Dessa maneira, os textos da Seção se fazem degrande utilidade quando se busca discursos, fundamentados e admitidos pela Igreja Batista,direcionados ao feminino, mas, além disso, se partimos da hipótese de que, apesar de grandesrestrições ou censuras, há sempre uma autonomia e uma perspectiva própria de quem escrevetambém se encontram textos da percepção feminina sobre elas mesmas. As consequências darelação entre a mídia religiosa e a vida pública e privada de uma mulher que se reconhecedessa religião, pela forma como a primeira intervém na segunda, podem ser compreendidascomo uma violência simbólica, isso porque, se aplicarmos a definição de Pierre Bourdieu(1989), percebemos que a mulher religiosa vivencia isso por dois vieses, afinal ela écolonizada e dominada tanto pelo homem como pela religião que valida toda essa submissão.Ou seja, dessa forma, entendem-se os discursos de autoria feminina como reflexo dessasubmissão e repressão institucionalizada, visto que são as mulheres que mais publicam nessesegmento do jornal. Desse modo, propõem-se discutir acerca dos comportamentosdirecionados e restringidos às mulheres batistas: as formas de se portar (a mulher noos papéis de e (a mulher no privado) e o lugar damulher na esfera religiosa (a mulher cristã).

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