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imbricada no Haiti e por lá desenvolvida, a marronnage, conhecida como a fugados escravos para as montanhas, possui um alto teor revolucionário. Marcada pela figura deMackandal um escravo provavelmente vindo da Guiné, como tantos outros que foramtransplantados para o Haiti , tal ato, que se iniciara de maneira silenciosa, transformaria-seem um dos maiores levantes já vistos em todo o globo e culminaria na primeira revoluçãoantiescravagista das Américas. A história do Haiti e os feitos de Mackandal sãorecuperados por Isabel Allende, em A ilha sob o mar (2010); contudo, antes mesmo deAllende recuperar a história, o cubano Alejo Carpentier já havia realizado esse feito em 1949.Em O reino deste mundo (1949[2009]), conhecemos Ti Noel, um escravo que reconta ahistória de seu país e, assim como Zarité a protagonista de Allende , também apresenta oser mítico representado pelo marron Mackandal, além de acontecimentos históricos que sãorecorrentes em ambas as obras. Numa espécie de releitura do texto de Alejo, Allende retomao Haiti através de sua histórica luta pela liberdade dos escravos e da independência dacolônia. Ao recuperarmos a realidade maravilhosa do Haiti através dos feitos de Mackandal,temos como objetivo evidenciar a importância não apenas histórica, mas também literária, deum escravo que funcionou como líder para todo um povo, um período e um ideário deliberdade. Para tal pesquisa, autores como Chiampi (2015), Esteves e Figueiredo (2012),Laroche