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Referência na narrativa portuguesa contemporânea, José Saramago traz, emalgumas de suas obras, críticas e reflexões que demonstram certo ceticismo equestionamentos do autor acerca da figura de Deus. Caim (2009) trata dos textos sacros doAntigo Testamento de forma irônica e sagaz, demonstrando uma sutil comicidade, que refutaa história narrada na Bíblia. A comicidade instaura-se principalmente pela simplicidadeprosaica e pela dessacralização dos textos bíblicos por meio da ironia presente nos diálogosentre o protagonista Caim e Deus, que muitas vezes é representado como um paspalho. Oobjetivo de minha pesquisa é analisar as particularidades da escrita do autor e apontaraspectos paródicos e humorísticos da novela que resultam na dessacralização dos textosbíblicos, no sentido de desmistificação, prezando a visão do leitor na concretização darisibilidade da obra. Visito também a obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), deSaramago, que, como Caim, se refere aos textos bíblicos de forma paródica. Busca-se nestacomunicação fazer um pequeno resumo da obra Caim (2009) e explicitar a investigação a serfeita acerca da jocosidade na novela de Saramago, demonstrando os resultados até agoraobtidos na pesquisa, que por enquanto analisa os traços de ironia característicos da arte pósmodernacom base nas propostas teóricas de Fredric Jameson (1984) e Linda Hutcheon(1991). A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica que inclui as obras Caim (2009) eO Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) de José Saramago, assim como as teorias deAfonso Romano (2003) e Henri Bergson (1983), acerca do pós-modernismo, daparódia, do riso e do cômico, respectivamente.