Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

Tamanho da fonte: 
AUTOBIOGRAFIA, MIGRÂNCIA E COMUNIDADEEM THE HOUSE ON MANGO STREET
Ueslei Alves de Oliveira, Leoné Astride Barzotto

Última alteração: 2019-07-25

Resumo


Esta comunicação se refere ao relatório final da pesquisa de Iniciação Científica, CNPq/UFGD 2016-2017, com base nos textos teóricos de literatura pós-colonial no qual buscamos estudar o impacto cultural causado pelo contato entre indígenas e europeus após a chegada dos primeiros navegantes e ao que hoje se conhece por América Latina e Caribe, pois tal ato foi determinante para a construção sociocultural instaurada atualmente. Diante disso, a finalidade deste trabalho foi analisar, pela perspectiva diaspórica o processo de transculturação dentro da obra The House on Mango Street (1984), da escritora chicana Sandra Cisneros. Para alicerçar o raciocínio será tomado como campo de estudo a personagem Esperanza, que por muitas vezes representa não só o alter ego da própria autora, mas, também, uma configuração metonímica desse povo migrante. Cisneros relata em sua escrita a vida cotidiana de uma família chicana pelo olhar de uma garota que está inserida em uma sociedade que muitas vezes não a enxerga como pessoa e, também, a sua relação comunitária entre esses imigrantes caribenhos e latinos, mostrando que estes não são, na maioria das vezes, cordiais. De acordo com os relatos da autora, podemos perceber que as comunidades chicanas, geograficamente localizadas na América do Norte, sempre receberam olhares desconfiados por alguma razão sem fundamento, a não ser o próprio preconceito geoeconômico-social. Sabemos através do processo histórico, que a ideia de um monopólio cultural disseminou pelo mundo as sementes segregacionistas capazes de dizimar, durante muitos anos, povos com culturas riquíssimas, vítimas dos olhares unilaterais de uma época que não parece ser tão diferente da atual. Famílias são destruídas juntamente com a sua história e identidade por terem de sair de seus locais em busca de um outro não necessariamente mais digno ou humano, justamente por não terem mais nada a perder se permitem um último sopro de esperança. Vários séculos se passaram desde o início do processo “civilizatório”, entretanto, isso pouco mudou e ao nos depararmos com atitudes dos atuais governos, que insistem em levantar seus muros, aqui cabe pensar esta construção tanto em seu aspecto metafórico quanto literal, e, mais ainda, em segregar uma sociedade que segue manchada de sangue, o qual, se pensado historicamente, ainda nem secou.

Texto completo: PDF