Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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HISTÓRIA E LITERATURA: ENTRE DISSENSÕES E CONVERGÊNCIAS
João Otávio Duarte Farias

Última alteração: 2019-07-25

Resumo


Ao buscar sinais e respostas para diferenciar a História da Literatura, ou sob outra perspectiva, o res fictio do res facto, encontramos quase sempre nós mesmos: a discussão acerca das semelhanças e diferenças entre o fato e a ficção revela algumas de nossas maneiras de perceber o tempo, os usos que fazemos da memória, as formas de narrá-la, os meios com os quais significamos nossa existência. Essa noção, no interior do campo intelectual da História e da Literatura, é de grande valia enquanto contribuição na construção de nossas identidades e na compreensão ou intolerância que temos do outro. No que diz respeito aos textos histórico e literário, entendo que o historiador constrói uma narrativa diferente da literária, apesar de dialogar com estratégias de feitio do texto literário. O texto historiográfico não é o passado de forma pura e final, mas resultado de uma minuciosa operação de compreensão do que não existe mais, como um arranjo narrativo elaborado sobre estruturas da experiência vivenciada. A proximidade da produção literária com a produção historiográfica, deveras, não se dá de forma unilateral e sem problemas, mas a ideia de que são campos excludentes parece cada vez menos concreta (FERNANDES; LEITE, 2011). O texto histórico ocupa outra classe de escritos, divergindo em sua base informativa daqueles que convencionou-se chamar de literatura, o que não impede o fato de ambos os campos tratarem de experiências de vida, individuais e coletivas, partilhando também de métodos discursivos que possibilitam a compreensão de fenômenos. No limiar dessa discussão, ensejo refletir até onde se estendem essas fronteiras e de que forma se manifestam, entendendo que as duas áreas, literária e histórica, são produtos culturais que tentam atribuir sentido às experiências humanas. Para esse objetivo, o diálogo será estabelecido com autores como Durval Albuquerque Junior (2007), Hayden White (1992), Michel de Certeau (1982), Frederico Garcia Fernandes e Eudes Fernando Leite (2011), a fim de perceber a maneira como o tema tem sido tratado.


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