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O presente trabalho propõe uma discussão acerca da “mediação” – aqui entre aspas, pois estou refletindo ainda acerca do conceito de “mediação cultural” como posto pelos especialistas da área de Arte, portanto esta é uma pesquisa ainda em construção que será desenvolvida no PROFEDUC/UEMS –, que entendo como a criação de abordagens metodológicas artístico-pedagógicas, como uma prática pedagógica outra, pensadas a partir da obra e do espectador para aproximá-los. Esta pesquisa e reflexão se dão através de minhas experiências práticas com “mediação”, que iniciaram em 2014 com o Festival do Teatro Brasileiro, onde percebi a demanda e necessidade desse tipo de ação que resultaram na minha pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso, no curso de Artes Cênicas e Dança, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Com aquela pesquisa como ponto de partida surgiram novas provocações, leituras e estudos na disciplina de “Arte, Cultura e Educação na Formação Docente com perspectivas dos Estudos de Culturas” do Mestrado Profissional em Educação, na UEMS, que me levaram a outras reflexões, outro modus de pensar a “mediação”, de como pensá-la para além de um modelo de cultura, arte e conhecimento eurocêntrico, hegemônico e moderno estabelecido na necessidade de serem mediados. Daí nasce a interrogação sobre o conceito de “mediação cultural”. Quero pensar nesta proposta uma “mediação” de representações, de aproximações, à esteira de Stuart Hall (2016). Ao entender a “mediação” como procedimento metodológico, percebo a potência dessa ação para ser utilizada e pensada para o ensino de Arte no ensino formal, o que é uma discussão outra sobre mediação a ser apresentada nesta pesquisa. Para isso trago reflexões teóricas, como a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, que faz parte dos parâmetros do ensino de arte no ensino formal, e também reflexões específicas de “mediação”, como as propostas por Flavio Desgranges. O objetivo aqui é tomar a “mediação” como ferramenta – ou prática pedagógica outra – para o ensino de arte e formação de um aluno mais sensível ao que está sendo apresentado e disponibilizado ao seu redor. Além disso, desejo propor que este professor, aquele que está entre o artista e o espectador, seja um “arte-mediador”.