Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA EM PERSPECTIVA: O ORIXÁ EXU NO VIDEOCLIPE BLVESMAN DE BACO EXU DO BLUES
Renan da Silva Dalago, Altamir Botoso

Última alteração: 2019-07-25

Resumo


Os mitos são narrativas simbólico-imagéticas que carregam significados, mensagens e representações de acordo com a cultura de uma sociedade e se perpetuam por meio da literatura, histórias e contos, muitas vezes sendo passados de geração para geração. A cultura afro-brasileira possui uma grande quantidade de Deuses mitológicos, chamados de Orixás, apresentados a partir de contos e histórias, que contêm ensinamentos sobre suas personalidades, regências, fraquezas e domínios, sendo a base ideológica das religiões de matriz africana, trazidas e perpetuadas no Brasil na época da escravatura. A partir dessa constatação, o presente trabalho tem o objetivo de analisar a releitura mitológica do Orixá Exu, presente no videoclipe Blvesman, lançado em 23 de novembro de 2018, pelo cantor baiano Diego Alvaro Ferreira Moncorvo, mais conhecido pelo nome artístico de Baco Exu do Blues. O videoclipe, com o título homônimo ao do álbum, leva para o audiovisual uma releitura do Orixá Exu. A partir da comparação dos contos ficcionais e narrativas mitológicos de Exu e do videoclipe, é possível identificar a presença de símbolos que nos remetem às histórias dessa divindade da cultura africana. É plausível identificar também, que ao se utilizar da mitologia de Exu na construção poético-literária, o audiovisual faz uma crítica às religiões, à intolerância religiosa, ao racismo e à política. Para esta análise, foram realizados estudos bibliográficos, que se pautam nas obras: O que é mito (1996) de Everardo Rocha; O poder do Mito (1988) de Joseph Campbell; Mito e Significado (1978) Claude Levi-Strauss; Mitologia dos Orixás (2001) de Reginaldo Prandi; O livro essencial da umbanda (2014) de Ademir Barbosa Junior e Orixás Deuses Iorubás na África e no novo mundo (2018) de Pierre Fatumbi Verger.

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