Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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UMA META-CRIAÇÃO: A PARÓDIA DE ROMEU E JULIETAPELA TURMA DA MÔNICA
Tiago Marques Luiz

Última alteração: 2019-07-25

Resumo


Falar de adaptação não se resume apenas a mudança de um código semiótico a outro, devido ao fato que esse fenômeno é deveras complexo e tentar resumir seu processo a uma simples transferência é incorrer em uma afirmação problemática. A adaptação, para essa comunicação, enquanto fenômeno da Intermidialidade, não é apenas um processo de transição, e sim um conjunto de etapas que vão ter como resultado o texto-adaptado, levando em consideração as particularidades do hipotexto em relação à segunda mídia ou demais mídias que o moldarão, assim como os aspectos linguísticos, sociais e culturais desses textos. A proposta dessa pesquisa é realizar uma comparação microestrutural no tocante à paródia do texto Romeu e Julieta (1591-95), de William Shakespeare, realizada pela Mauricio de Sousa Produções, resultando no texto audiovisual Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta (1979). Para que essa pesquisa tomasse corpo, foi necessário o aporte teórico proveniente dos Estudos de Adaptação (HUTCHEON, 2011; STAM, 2008), da vertente da Intermidialidade (CLÜVER, 2006; RAJEWSKY, 2012ab; SOURIAU, 1983) e dos Estudos de Humor (BENDER, 1996; ÂREAS, 1990; BERGSON, 2019; PROPP, 1992), mais precisamente no tocante à paródia e ao riso. A produção da MSP – Mauricio de Sousa Produções – leu a peça shakespeariana, como também leu muitas de suas inúmeras recriações ao longo do tempo, o que foi levado em conta na hora do processo criativo. A comparação entre um texto verbal e outro não-verbal, como meios de expressão distintos que manifestam um só conteúdo, em relação intersemiótica, pode ser também uma oportunidade de mostrar as sutilezas da análise semiótica aplicada aos mais variados objetos de significação e comunicação. Como prenúncio do caminho enveredado nessa pesquisa, pode-se dizer que houve não apenas uma adaptação, mas uma meta-criação (GORLÉE, 2016) por parte da Mauricio de Sousa Produções em relação ao texto de Shakespeare, aliando um pouco da comédia existente em Romeu e Julieta com a comédia da Turma da Mônica.


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