Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS COMO L1 E L2 E A LITERATURA VISUAL EM UMA PERSPECTIVA FUNCIONALISTA
Rosana de Fátima Janes Constâncio, Eliane Francisca Alves da Silva Ochiuto

Última alteração: 2019-09-19

Resumo


Em pleno século XXI ainda vivenciamos diversos entraves, desafios de como ofertar e propiciar uma educação de qualidade que atenda a todos em sua diversidade. Nesta perspectiva, com intuito de compreender o processo de ensino aprendizagem que otimize uma formação linguística discursiva que permita identificar os meios que conduzam a superar tais desafios é que buscamos rumos e trilhas fundamentados na corrente teórica do funcionalismo para o ensino da língua brasileira de sinais como L1 e como L2 e a difusão da literatura visual.  Por um longo período o percurso educacional dos estudantes surdos foi centrado no jogo de poder de uma classe hegemônica dominante onde o desenvolvimento da oralidade era fundamental para o processo de aprendizagem dos surdos. Após muitos movimentos as conquistas do reconhecimento da língua de sinais como meio de comunicação e expressão propiciou uma nova maneira de conceber o jeito singular de ser, aprender e interagir das pessoas com surdez. Nesta perspectiva o Decreto nº 5626/05 que regulamentou a Lei de Libras nº 10.436/02 favoreceu quanto ao uso e difusão da Libras quando instituiu a disciplina de Libras nos cursos de graduação. Neste jogo de poder (BHABHA, 2010) onde os embates entre colonizadores e colonizados são constantes, as tensões emergem e as negociações são fundamentais para vencer as barreiras sejam elas atitudinais, sociais, culturais ou linguísticas.  Como a abordagem funcionalista concebe a linguagem como um processo de interação social (DIK, 1989), é de se esperar, que as reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem ocorram, conforme aponta o próprio Dik, regida por “regras sociais, normas ou convenções”. Assim, o objeto de estudo visa compreender dentro da perspectiva funcionalista, de que forma o ensino da Libras como L1 para pessoas surdas e L2 para ouvintes pode ocorrer significativamente centrando no uso e na interação em uma relação dialógica na qual o indivíduo se apropria da cultura contemplando também a difusão da literatura visual. Neste sentido pesquisar a estrutura linguística comparando línguas orais e línguas de sinais otimizam para um novo paradigma educacional quanto à valorização da língua, bem como uso e difusão visando entender também a perspectiva discursiva dos surdos Luz (2003), Skliar (2003), Coracini (2003), Orlandi (2007), Cavallari (2011). As implicações do objeto de pesquisa visam corroborar com uma análise criteriosa dos dados obtidos sendo esperado que os benefícios do presente estudo possam elucidar e aprofundar os conhecimentos linguísticos da língua de sinais brasileira.

Palavras-chaves: Libras; Funcionalismo; Estudos culturais; Formação linguística; Ensino de línguas.


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