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FIGURAS DA INCOMPLETUDE HUMANA EM CONTOS DE MIA COUTO
Última alteração: 2017-09-27
Resumo
Considerando a importância das relações constituintes de sentido nos diversos objetos textuais, o presente trabalho propõe-se a estudar os processos responsáveis por construir a significação no texto literário, recorrendo, para tal empreitada, à teoria semiótica discursiva. Com o intuito de compreender como a temática da “incompletude” se manifesta, de modo recorrente, por meio de figuras presentes em narrativas de Mia Couto, adquirindo, assim, contornos de um aspecto central para a condição humana na obra “O fio das Missangas”, escolhemos, neste momento, entre os diversos contos que compõem a referida obra, a fim de efetuar sua análise nesta comunicação, a narrativa “A infinita fiadeira”. A análise semiótica que se pretende realizar, no desenvolvimento desta pesquisa, é a de linha francesa, a qual foi desenvolvida por Algirdas Julien Greimas (1917-1992) e colaboradores a partir dos anos finais da década de 1960. Num primeiro momento, serão feitas breves considerações teóricas sobre a semiótica discursiva e seus desdobramentos; em seguida, apontam-se alguns elementos pertinentes à relação entre o texto literário e a semiótica discursiva; e, finalmente, apresenta-se a análise do conto, bem como os resultados por ela obtidos. Como orientação metodológica, o corpus será analisado à luz do percurso gerativo de sentido, com foco no nível discursivo, abordando percursos figurativos que conduzam à tematização, norteando-se pelo estudo da recorrência de marcas em torno da temática da “incompletude”. Ao final, espera-se demonstrar que tal visada, na obra do autor em questão, considera a incompletude como um dos traços responsáveis por caracterizar a perspectiva humana ao longo de sua existência.
Palavras-chave
Texto literário; Semiótica discursiva; Mia Couto.
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