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INTIMIDADE VIOLENTA E ESPETÁCULO MIDIÁTICO NO ROMANCE UM CÉU DE ESTRELAS E EM SUA ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA
Última alteração: 2017-09-27
Resumo
Nesta comunicação será apresentada uma proposta de estudo do romance Um céu de estrelas (1991), do escritor paulista Fernando Bonassi, bem como será feita a análise do filme homônimo (1996), dirigido por Tata Amaral, valorizando a abordagem comparatista entre o cinema e a literatura como possibilidade interpretativa. Assim, busca-se compreender, em forma e conteúdo, o desenvolvimento dos temas destacados na pesquisa: a intimidade violenta e a sua espetacularização midiática, ambos compondo a estrutura fundamental das narrativas. Em síntese, a trama tem como núcleo o relacionamento conturbado entre uma cabeleireira, Dalva, e seu ex-noivo, Vítor, que, movido por ciúmes, não aceita o fim da relação e a sua partida para outro país. Assim, o conteúdo dramático se desenvolve na casa de Dalva, com diálogos tensos entre as personagens, sempre focado a partir de sua performance corporal e em sua relação direta com elementos espaciais que amplificam essa tensão. Embora haja diferenças de foco narrativo em ambas as obras – incide mais sobre Vítor no romance, enquanto no filme, recai sobre Dalva –, a construção dramática e a representação do espaço seguem esse direcionamento. Nesta perspectiva, compreender o tema da violência em ambas as obras passa por identificar o processo figurativo em uma perspectiva fenomenológica que oculta a psicologia de personagens e suas relações mais diretas com o contexto social. Portanto, pretendemos analisar a forma e conteúdo do romance e também de sua adaptação fílmica, buscando compreender como os temas da intimidade violenta e da espetacularização midiática podem ser compreendidos em uma perspectiva crítica materialista.
Palavras-chave
Crítica materialista; Um céu de estrelas; Estudos interartes.
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