Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, II SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2017

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NO ESPAÇO DO CORPO: A TRADUÇÃO SÍGNICA EM LAVOURA ARCAICA
Wanessa Gonçalves Silva

Última alteração: 2017-09-27

Resumo


Quando foi publicado pela primeira vez, em 1975, Lavoura arcaica surpreendeu o público e a crítica especializada não só pelo tema abordado em seu texto e subtexto, mas principalmente por ser uma obra de grande refinamento linguístico e estético. Trabalhando a “casca e gema” das palavras, Raduan Nassar sacudiu os alicerces literários de nosso país e assumiu uma posição ímpar na literatura brasileira. Mais de quarenta anos após o seu lançamento, Lavoura arcaica continua atual e universal, surpreendendo leitores e desvelando faces que merecem ser estudadas. Apesar de ter sido objeto de diversas pesquisas acadêmicas ao longo dos anos, o romance nassariano raras vezes foi abordado a partir de questões ligadas à tradução, principalmente no que se refere aos aspectos semióticos deste ofício. Nesse contexto, a presente comunicação propõe discutir não as traduções entre línguas feitas da obra de Nassar, mas a tradução que ocorre dentro do próprio romance Lavoura arcaica, empreendida pelos corpos dos personagens e responsável pela ação na narrativa. Com o apoio da teoria geral dos signos elaborada por Peirce, apresentada em The collected papers of Charles Sanders Peirce (1931-1958), e a partir dos conceitos de tradução interlingual e intersemiótica cunhados por Jakobson em On linguistic aspects of translation (1959), questionamos a noção geral de tradução e nos propomos a repensá-la como uma atividade e um produto sígnicos passíveis de ocorrerem por intermédio do corpo, conforme observamos no romance de Nassar. Pensaremos o corpo, portanto, enquanto detentor de uma linguagem específica e produtor de signos e significados, um mediador capaz de traduzir os valores e desejos expressos no Lavoura, assumindo-o ainda como o espaço no qual a “história passional” criada por Raduan Nassar acontece.

Palavras-chave


Tradução; Semiótica; Tradução sígnica; Lavoura arcaica.

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