Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, III SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2018

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 ANDROID-GYNE: PERFORMANCE, GÊNERO E LIMINARIDADE
Adailson Costa dos Santos, Ana Beatriz Barreira Leite, Romário Cosme da Silva

Última alteração: 2018-09-30

Resumo


O presente trabalho tem como objetivo discutir e relativizar as questões de gênero, arte contemporânea e performance. Enquanto relato de experiência o presente trabalho trata das discussões que geraram a performance “android-gyne”. Enquanto discussão teórica, visamos relacionar os limites entre as representações de gênero na liminaridade, conceito cunhado por Victor Turner (2005, 2008). Iniciamos nossa discussão com a compreensão líquida da modernidade, baseando-nos no pensamento de Richard Bauman (2001), compreendemos estas relações dinâmicas, onde “o que é de fato” neste momento, se transforma, se liquefaz, se extingue, como no título de Marshall Berman - Tudo que é sólido desmancha no ar (2007). Os pensamentos e as verdades absolutas se “desmancham” na liquidez da contemporaneidade. Partindo deste princípio de liquefação conceitual às próprias amarras das noções de gênero sexuais são rompidas e reordenadas. A discussão segue reapropriam-se de uma linguagem performática que foi, desde sua gênese, política e revolucionária, o movimento transformista, em especial as Drag queen e Drag King. A crescente onda do pensamento conservador se choca de frente com a gradativa apropriação do espaço do “antigo/novo” movimento Drag Brasileiro. Novamente as relações fluídas de gênero estão sob os holofotes e desmontam as próprias compreensões do que é ser-ser, parecer-ser ou até mesmo vestir-ser. É deste emaranhando de liminaridades que surge, no âmbito do curso de Licenciatura em Artes Cênicas do IFTO – Campus Gurupi, as movimentações teórico-cênicas para a criação da performance ora analisada. Movidos por estas discussões, construímos este experimento, apresentado nas dependências do campus, a fim de que gerássemos discussões acerca da pluralidade e fluidez das noções modernas de gênero. Em suma pretendemos nos questionar sobre o fato de que: se vivemos numa contemporaneidade fluída, o que ainda nos condiciona enquanto sociedade a vivenciarmos tantas situações onde o gênero é utilizado como ferramenta de avaliação e opressão.

 

Palavras-chaves: Gênero; Performance; Liminaridade.


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