Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, III SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2018

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FATO, FICÇÃO E MEMÓRIA EM PASSO DE CARANGUEJO, DE GÜNTER GRASS
Fábio Bezerra Cavalcante, Ravel Giordano Paz

Última alteração: 2018-09-30

Resumo


Esta comunicação tem por objetivo analisar o romance Passo de caranguejo, do escritor alemão Günter Grass, que tem como mote o torpedeamento do navio alemão Wilhelm Gustloff durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse livro, Grass, sobre os ombros do narrador Paul Pokriefke, tenta, de certo modo, sanar sua dívida com a história do povo alemão, cujo sofrimento no período nazista foi por muito tempo reduzido ao silêncio, “um silêncio imposto primeiro pelos invasores estrangeiros e depois adotados como uma medida política calculada pelos próprios alemães” (COETZEE, 2000-2005, p. 175). A “literatura de confronto”, ou “literatura de resgate”, compreendendo, neste caso, toda produção literária que surgiu sobretudo na Alemanha e na Áustria após o fim da segunda guerra mundial, trata-se, como apontado por Marcos Fabio Campos da Rocha (2011), de uma rememorização cuja função é revisar as partes do passado que já se encontram esquecidas. A literatura surge então como um instrumento de reflexão que “rompe o vício da história oficial” e que, no caso de Passo de caranguejo, bem como na obra de Grass em sua totalidade, traz à existência “jovens de uma geração de alemães, mais vítimas que algozes do nacional-socialismo” (ROCHA, 2011, p.04). Desse modo, pretende-se discutir como se dá a relação Literatura/História em Passo de caranguejo, bem como analisar a capacidade da literatura de se aproximar desse período tão turbulento da história, sem constituir ela mesma um discurso com pretensões hegemônicas.

 

Palavras-chave: Literatura de confronto; Nazismo; Günter Grass.

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