Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, III SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2018

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PORACÊ, PROCÊ, PARA SER: CORPO E VISUALIDADE – O OUTRO [EM]DE NÓS – BIOGEOGRÁFICOS
Marina Maura de Oliveira Noronha, Marcos Antônio Bessa-Oliveira

Última alteração: 2018-09-30

Resumo


“Poracê: o outro de nós” (2017) é um espetáculo de dança contemporâneo da Cia Dançurbana – de Campo Grande, Mato Grosso do Sul – em circulação por vários espaços da cidade; das escolas a universidades e a locais formais reconhecidos como espaços destinados para apresentações artístico-cênicas: teatros e/ou salas de dança. “Poracê”, grosso modo, é um termo que ilustra danças religiosas dos índios tupis celebrando fatos importantes. “Procê” tem conotação carinhosa ou de “redução” da expressão “para você” para mineiros. “Para ser” tem, em qualquer cultura, indígena, mineira, nacional, internacional, em qualquer identidade, sentido de si-pertencer-se a alguma coisa, alguém e/ou algum lugar. Assim, corpo e visualidade – pensados por autores mineiros, involuntariamente – a partir de poracê, procê, para ser, o outro em/de nós mesmos, quer discutir o espetáculo a partir da condição/situação biogeográfica (BESSA-OLIVEIRA, 2016; 2017) dos corpos e visualidades na dança e na expressão que provocam o si-pertencer-se. Nosso objetivo é discutir o conceito de “corpo cênico pedagógico” (NORONHA; BESSA-OLIVEIRA, 2017) na disciplina de Arte nas escolas que desengessam os corpos dos alunos, apreendendo que esses corpos não estão situados nos espaços da sala de aula disciplinar, mas entendendo também que este corpo pode ser/estar em outros corpos/lugares ao mesmo tempo, a exemplo, como bem revela os corpos dançantes dos bailarinos da Cia Dançurbana, o “Poracê” pode ser “procê”, para o outro, ou [entre] nós. Portanto, tendo uma bibliografia de crítica cultural que (re)verifica os lugares, datas e línguas dos discursos enunciativos, para propor a ideia de que todo e qualquer corpo nas escolas ou nos espaços expositivos nasceu para ser, nossas discussões tomam do sujeito, do lugar e da narrativas – biogeografias – como construção de arte, cultura e conhecimento em qualquer tempo, não apenas contemporâneo.


Palavras-chave: Dança Contemporânea; Cultura Local; Biogeografias.

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